A COP30 de Belém, capital do Pará, marca o 30º capítulo das Conferências das Partes (COPs) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Pela primeira vez sediada na Amazónia, a conferência reúne líderes de mais de 190 países, activistas e cientistas para avançar na luta contra o aquecimento global. Após 29 edições que moldaram acordos históricos, Belém posiciona a floresta tropical como epicentro de soluções sustentáveis, com foco em preservação, equidade e inovação. O evento, que vai de 11 até 21 de novembro, com segmento de alto nível de 07 a 08, simboliza um turning point, integrando lições globais à realidade local brasileira.
Desde a COP1 em Berlim (1995), as conferências anuais evoluíram de bases científicas para negociações globais ambiciosas, impulsionadas pela Rio-92 e relatórios do IPCC. As primeiras edições (COP1 a COP5, 1995-1999) estabeleceram alertas sobre o risco de 2°C de aquecimento, culminando no Protocolo de Quioto (COP3, 1997), que impôs metas de redução de emissões aos países desenvolvidos, embora criticado por excluir emergentes como o Brasil.
A década seguinte (COP6 a COP15, 2000-2009) trouxe controvérsias, com a COP15 em Copenhague (2009) resultando em um pacto não vinculante, mas que abriram portas para financiamento climático de US$ 100 bilhões anuais dos ricos para os pobres. Os avanços ganharam força na COP16 a COP21 (2010-2015), com a COP21 em París (2015) assinando o Acordo de París, limitando o aquecimento a 1,5°C-2°C via contribuições nacionais (NDCs). O Brasil comprometeu-se a cortar 43% das emissões até 2030, priorizando a Amazónia.
Nas COP22 a COP27 (2016-2022), o foco foi na implementação: COP26 em Glasgow (2021) criou mercados de carbono e metas de desmatamento zero até 2030, fortalecendo o Fundo Amazónia; COP27 em Sharm El-Sheikh (2022) reconheceu "perdas e danos" para vulneráveis. Mais recentemente, COP28 em Dubai (2023) iniciou o fim dos fósseis e triplicou renováveis, enquanto COP29 em Baku (2024) avançou no financiamento, mas deixou pendências como um fundo trilionário, agora para Belém resolver.
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TRÊS DÉCADAS DE COPS E O NOVO CAPÍTULO NA HISTÓRIA DA AMAZÓNIA