• COMISSÃO MULTISSECTORIAL SOBRE A POLUIÇÃO NA ORLA COSTEIRA DE LUANDA APRESENTA RESULTADOS


    O Ministério do Ambiente (MINAMB), acolheu na tarde de 18 de Setembro, em Luanda, a reunião multissectorial do processo de conclusão sobre a poluição ambiental na orla costeira de Luanda.
    O facto ocorreu quando foi detectado um fluido com caraterísticas desconhecidas na superfície marítima nas áreas próximas ao Porto de Luanda, Porto Pesqueiro e regiões adjacentes.
    Em face disso, o Ministério do Ambiente, mobilizou uma equipa técnica composta por especialistas em fiscalização e agentes da Polícia Fiscal Aduaneira para investigar a origem e a extensão do problema.
    Além das acções realizadas pelo Ministério, foi criado um Grupo Multissectorial composto pelos Ministérios do Ambiente, Transportes, através da Agência Marítima Nacional (AMN), das Pescas e Recursos Marinhos, pelo Instituto Nacional de Investigação Pesqueira e Marinha (INIPM), Ministério do Interior, da Saúde, das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INAMET) e Governo da Província de Luanda, para coordenar e gerenciar esta situação.
    A Comissão trabalhou na recolha de dados específicos, tendo apresentado os resultados obtidos das amostras de água do mar recolhidas nos dias 06 à 14 do mês em referência, no Centro de Análise de Poluição e Controlo Ambiental (CAPA) e Instituto Nacional de Investigação Pesqueira e Marinha (INIPM). Foram recolhidas e analisadas 13 (Treze) amostras da água do mar, das quais em 5 (Cinco) foram realizadas análises físico -químicas e 8 (Oito) Biológicas para a análise da composição específica do Fitoplâncton.
    Pelo Centro de Análise de Poluição e Controlo Ambiental (CAPA), do Ministério do Ambiente, nas 5 amostras analisadas verificou-se excesso de nutrientes, em destaque para fósforo e nitratos.
    Pelo Instituto Nacional de Investigação Pesqueira e Marinha, do Ministério das Pescas e Recursos Marinhos foram analisadas 8 amostras de água, com objectivo de determinar a composição da comunidade fitoplanctónica e a produtividade primária do ecossistema, tendo-se verificado uma variedade de algas, sem um crescimento massivo que se possa considerar a ocorrência de um crescimento de microalgas.
    Após análise e discussão dos resultados, bem como avaliação dos antecedentes destes eventos, constatou-se que trata-se de um fenómeno natural, causado pelas variações sazonais de temperaturas (Transição de época fria para a quente) e correntes oceânicas, estas mudanças associadas ao excesso de matéria orgânica na Orla costeira facilita um ambiente rico em nutrientes que favorece o crescimento massivo das microalgas, sendo que, o teor de oxigénio dissolvido na água não representa perigo para a saúde do ecossistema das espécies marinhas.
    Do encontro, surgiu a necessidade de se fazer um levantamento sobre o fenómeno, a sua abrangência e efeito sobre a saúde pública, na realização de acções de limpeza e neutralização da matéria, intensificar acções de comunicação de risco e engajamento comunitário, reforçar a monitorização ambiental ao longo da Orla, avaliar impacto dos eventos desta natureza para a saúde pública, intensificar as acções de fiscalização marítima, elaborar um plano multissectorial para a prevenção, preparação de respostas a eventos desta natureza, analisar amostras de moluscos bivalves para detectar a presença de biotoxinas, por isso, e porque os resultados até ao momento não estão concluídos, a comissão aconselha a população a não faz fazer o consumo desses (moluscos, como: quingoles e mabangas, etc) de modos a preservar a saúde da população.