O Ministério do Ambiente, através da Direcção Nacional da Acção Climática e Desenvolvimento Sustentável, participou na Sétima Reunião do Grupo de Trabalho de Peritos sobre a Declaração Ministerial de Kampala sobre Migração, Ambiente e Alterações Climáticas (KDMECC), realizada de 6 a 8 de outubro de 2025, na cidade de Entebbe, Uganda.
Em julho de 2022, 15 países africanos e duas Comunidades Económicas Regionais assinaram a Declaração Ministerial de Kampala sobre Migração, Ambiente e Alterações Climáticas, com o apoio de parceiros internacionais.
O documento estabelece compromissos conjuntos para enfrentar os desafios da migração induzida pelas alterações climáticas, apelando igualmente ao apoio das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações
Climáticas (UNFCCC).
A África, responsável por apenas 4% das emissões globais de gases com efeito de estufa, continua a ser o continente mais vulnerável aos impactos climáticos. Secas severas, inundações, insegurança alimentar e escassez de água estão a afectar milhões de pessoas.
Estima-se que até 700 milhões de africanos possam ser deslocados até 2030 devido à crise hídrica, e que 216 milhões possam migrar internamente até 2050 por motivos climáticos.
A migração, muitas vezes vista como falha da adaptação, é cada vez mais reconhecida como uma estratégia legítima e positiva de resiliência, quando conduzida de forma segura, ordenada e regular. A presença de Angola na reunião teve como objectivo principal partilhar experiências nacionais e propor soluções conjuntas para os desafios relacionados com a mobilidade humana causada pelas alterações climáticas.
Durante o encontro, foi reiterada a importância de amplificar a voz africana nos fóruns internacionais sobre migração e clima, e de preparar uma posição comum rumo à COP30, no quadro da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC).
Enquanto país membro e actual presidente da União Africana, Angola desempenha um papel estratégico na promoção da implementação efectiva da Declaração Ministerial de Kampala (KDMECC).
O país reforçou o compromisso de integrar a mobilidade humana nas Políticas nacionais de adaptação climática, assegurando que as respostas às alterações climáticas considerem a proteção das comunidades mais vulneráveis e a sustentabilidade ambiental e social.
Com esta participação, Angola reafirma a sua liderança e compromisso na construção de soluções africanas para desafios globais, promovendo políticas de adaptação climática inclusivas, resiliência comunitária e a cooperação regional para enfrentar os efeitos das alterações climáticas sobre a mobilidade humana.